sábado, 26 de janeiro de 2008

Dois pesos e duas medidas

Porque sempre que uma pessoa conhecida, querida, um artista é flagrado com drogas, usando ou até mesmo sendo acusado de tráfico, logo surgem milhares de mensagens de solidariedade, pessoas sentindo pena e até chorando pelo sujeito? Em compensação se em uma capa de jornal ou em um programa policial, um pé rapado qualquer é apresentado como sendo viciado ou comerciante de drogas, a primeira reação é sentir ódio, torcer pelo eterno sofrimento dele na cadeia, e achar que ele tem mais é que apodrecer lá, afinal ele faz um mal à sociedade, aos "nossos filhos".
Dois casos recentes ilustram essa discrepância de opiniões. A morte do ator australiano Heath Ledger, e a prisão de Fábio Assunção, em companhia de um traficante, em um flat na capital paulista. Longe de querer o mal das duas figuras públicas (um deles até já se foi), pelo menos é de se pensar o motivo de não se usar o mesmo tipo de sentimento nos dois casos. Como foi levantado pelo filme "Tropa de Elite", a discussão sobre se o usuário de drogas é vítima ou um dos culpados pela violência causada pelo tráfico, deve estar sempre de pé. De que adianta prender os pés-rapados viciados e traficantes (que devem ser presos e punidos, deixo bem claro aqui), se figuras de destaque da sociedade utilizam drogas e, como no caso, de Fábio Assunção, são suspeitos de tráfico também. Inclusive no caso do ator da Globo há histórias estranhas que dizem que traficantes forçavam o ator a usar drogas (???). Nunca ouvi falar de alguém ser forçado a usar drogas. Só se acaba de ser criado um novo tipo de usuário de drogas: o usuário compulsório! Mais fácil isso ser uma forma de abafar o caso, pois um galã global ser preso por tráfico é forte demais...

Nenhum comentário: