sexta-feira, 9 de maio de 2008

RESENHA: Homem de Ferro, o filme


Inicialmente devo confessar que o personagem Homem de Ferro, nos quadrinhos, nunca chegou a ser um de meus favoritos. Eu achava mais interessante personagens sobre-humanos, com poderes especiais, mais fora da realidade, como Thor, Hulk ou até mesmo o Homem-Aranha. Já o Homem de Ferro eu classificava na mesma categoria de um Batman, ou seja, humanos normais, que graças a armaduras ou geringonças muito bem utilizadas os faziam acima da média.
A empolgação que esse filme me proporcionava antes de vê-lo tinha uma explicação musical: no trailer o clássico do Heavy Metal "Iron Man", da lendária banda Black Sabbath se encaixou perfeitamente nas cenas em que ela era tocada. E aí vai exatamente uma das poucas críticas ao filme: o mal emprego da música na obra final. Nem o vocal do Ozzy Osbourne foi utilizado.
Mas vamos ao que interessa, a trama. Este filme deixou claro que Robert Downey Jr. nasceu para fazer o papel do cínico, debochado e arrogante mercador de armas, Tony Stark. Dentre todos os filmes de heróis que frequentam as telonas desde o final da década de 90, esta é disparada a melhor interpretação de um alter ego. Obviamente que a melhor parte dessa atuação ocorre enquanto ele é "mal", vamos dizer assim, antes de entrar na armadura e perceber que as armas que ele vendia em nome do patriotismo e da segurança da América, estavam sendo utilizadas contra ela no Afeganistão, por uma organização terrorista intitulada "Os 10 anéis" (uma clara referência ao Mandarim, o vilão chinês dos quadrinhos). Parece que algum medo de utilizar fanáticos muçulmanos fez com que a tal guerrilha fosse supra-nacional. Ela inclui até húngaros entre seus quadros. Será que terão medo de usar um vilão chinês no próximo filme também??
Jeff Bridges e Gwinet Paltrow são os outros destaques. Aquele interpretando o sócio de Stark, Obadiah Stane, na empresa e depois o vilão da história, que utiliza uma versão turbinada da primeira armadura, a que Stark usa para fugir da prisão. Interessante que embora fique claro para qualquer leitor das HQs que trata-se do Monge de Ferro, o personagem não é chamado assim em nenhum monento. Apenas há uma citação de leve quando Bridges tenta convencer Stark a manter a venda de armas, dizendo que eles juntos seriam os "Monges" do lucrativo negócio. Paltrow interpreta Pepper Pots, a governanta da mansão de Stark e potencial parceira amorosa em episódios vindouros. Jarvis é o mordomo-robô, responsável por momentos cômicos do filme, como as cenas de treinamento de vôo em que ele estava sempre a postos para apagar qualquer princípio de incêndio na armadura. Aliás a armadura foi onde os diretores encheram a mão. Ficou perfeita, tanto sua consistência, colração, como os detalhes de alta tecnologia e inteligência artificial contidos no capacete que permitem ao protagonista controlá-la por controle de voz.
A história, que originalmente era passada no Vietnã, não perdeu em nada com a modernização. Pelo contrário, o fato de nas guerras modernas as armas estarem cada vez mais sofisticadas, deu ainda mais clareza ao poder financeiro que Stark adquire com o comércio bélico.
SURPRESA NO FIM: Agora, por favor, todos aqueles que são fãs de carteirinha das HQs da Marvel, por favor, fiquem no cinema após os créditos. A cena que aparecerá é bem curta, menos de 1 minuto, mas o que ela representa é um antigo sonho da maioria desses fãs. Sem dicas, por favor...

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